O tecido fascial é fundamental para manter nossa capacidade de movimento. Quando fazemos algum movimento do corpo ( por exemplo, elevação do membro superior), estão ocorrendo, internamente, diversos movimentos de deslizamento ( entre fáscia superficial e profunda, e entre as camadas da fáscia profunda), para permitir que a elevação aconteça livremente. Esse mesmo deslizamento pode ser visto, por exemplo, entre o reto femoral e os vastos ( o teto, sendo biarticular, age muitas vezes de forma econcêntrica, de forma que o deslizamento permite que ele, ao se contrair, não arraste consigo os músculos vizinhos). O mesmo mecanismo parece estar presente dentro do músculo (onde os fascículos e fibras – separados pelas fáscias do perimísio e endomísio – podem ter ação separada (Tozzi, 2017; Magee, 2013).
Outro exemplo interessante pode ser visto na fáscia toracolombar, composta por duas lâminas (posterior e anterior – em íntima associação com a fáscia transversalis), cada uma com uma densidade e orientação de fibras colágenas diferente (Stecco, 2014).
Isso permite que as camadas de tecido fascial deslizem umas sobre as outras, sem fricção aumentando a capacidade da fáscia toracolombar de receber e transmitir estresse em vários direções (Tozzi, 2017; Vleeming, 1995).